Lá nas rua do meu baijo
Dei de cara, de repente
Com uma coisa nuzitada!
Surpresa, eu espiei
Me cheguei mais de pertinho
Abismada com o cantinho
Parei em riba da calçada
Eu dimirei encantada
Aquela enfeitação
O cenáro era igual
Os que tem no meu sertão.
Num cordão dependurado
Tava os livrim de cordel
Na parede a empanada
Toda feita de fuxico
Menino, eu só acridito
Proque meus óis espiava
Na coluna de tijolo
Prantada no mei da sala
Vejo outra invenção
Chapé de todo modelo
Colocado ali com zelo
De coro, com aba e sem aba
Tudo muito originá
Tudo muito criativo...
As banqueta de madeira
E mesinhas arrumada
Avistei também a rede
Pelos punho enrrolada
Num fartou nem o berrante
Pra lembrar das vaquejada.
Se escuta Luis Gonzaga
Ao som duma radiola
Ou o Trio Nordentino
Nos quatro canto tinindo
Triango, safona e zabumba
Crio inté calo na bunda
Sentada ali, só uvindo
Nada fica a desejá
De outras de grande porte
E digo é sem vacilá
Que tivemo muita sorte!
Tapioca aqui se tem
De gosto bem variado
Cafézin cuado na hora
Cuscuz gostoso e molhado.
O inventô que criou
Esse cantin só pra gente
Me deixou prá lá de contente
Com essa sua invenção.
E quando chego cansada,
De manhã, do meu serão
Oxente, num conto pipoca
Eu faço qui nem dondoca
Pego a vazia na mão;
Tenho gosto absoluto
E chego lá num minuto
Proque eu só compro lá.
E se quiser me acompanhá
TAPIOCARIA E CAFÉ MATUTO!